É mais um chavão que me ocupa a mente mas gosto de pensar neles como cultura comum, um fio que une os diferentes e os iguala. Não era sobre isto que eu queria falar. Era sobre a coincidência que é duas pessoas gostarem uma da outra. De maneira diferente porque ninguém gosta da mesma maneira mas ainda assim da pessoa que retribui o sentimento. Parece-me sempre que há pouca probabilidade de acontecer.
Também gosto de pensar que nunca gostei de pessoas diferentes da mesma maneira e por isso é que faz sempre sentido dizer Nunca gostei de ninguém como gosto de ti. Parece que afinal os sentimentos não são só meus mas tomam formas diferentes consoante a diferença do outro. Parece chavão mas não é.
segunda-feira, julho 28, 2008
terça-feira, junho 17, 2008
É canadiana

Por favor, espero não voltar a ouvir dizer que a Feist é canadense. São ridículas estas modas. Dizem-se coisas erradas porque se ouviu alguém dizer e de repente, qual vírus, a moda propaga-se e chega a matar pessoas como eu, tão sensíveis à correcção da língua. Emigrem para o Brasil. É lá que se fala assim.
quinta-feira, maio 29, 2008
A lembrar la Palice
Há sempre um segundo que antecede os momentos importantes. E dura sempre menos que isso, especialmente quando revisto no futuro porque os grandes acontecimentos deixam sempre uma marca maior do que ele. Só que isso só lhe dá importância.
sábado, maio 10, 2008
Me and Mrs Jones. Atenção, mas eu gosto desta música.
O Billy Paul decidiu levar o adultério a outro nível, o que não quer dizer que seja a um nível superior. Não descreve sexo à bruta nem puxões de cabelos como todos os casos (de adultério ou não) deviam ter. Não, aqui há duas pessoas que se encontram todos os dias, à mesma hora, no mesmo café. Aí, em vez de irem à casa de banho fazer o que os adúlteros indecentes fazem, não. Dão as mãos e fazem planos para o futuro enquanto a juke box toca as músicas deles. É um bocado infantil. E depois vem a culpa, eles sabem que não deviam fazer aquilo, que nem devem sonhar muito alto porque depois a queda é maior. Parece-me que em vez de planearem apunhalar o marido dela e fugir para as Caraíbas, onde viveriam como foragidos, a saltar de biscate em biscate, devem sonhar com coisas muito mais nobres, como um dia poderem ir passear às montanhas. Parece-me, e vou ter que repetir, um bocado infantil, porque isso de se planearem coisas idílicas nem devia ser traição e o facto de se sentirem culpados é, simplesmente, imbecil. Eu não digo que não ache bonito, mas o significado do amor perde-se quando não há sexo e parece-me que estes dois não o têm, ou se sim, é uma coisa assim um bocado esfriada, que nem tem direito a ser mencionada. Se fossem irmãos podiam fazer exactamente a mesma coisa.
segunda-feira, maio 05, 2008
Esta sou eu. Juro.
Dizem que sou antipática, arrogante, insensível. Hoje até me disseram que por eu parecer inatingível e forte dou a ideia de que só se chega a mim magoando-me. Admito que posso parecer distante quando não tenho interesse em alguém, mas ninguém é tão devoto como eu sou em relação às pessoas de quem gosto, nem tão fiel, nem tão disponível. O meu problema é ser tão criteriosa relativamente a essas pessoas. E é só disso que me podem acusar.
sábado, maio 03, 2008
Entre o passado e o futuro
Decerto está ligado a uma incapacidade minha, a incapacidade de viver o presente. Na verdade estou sempre ligada ao passado e aquilo que já passou parece sempre melhor do que foi na realidade. Se calhar é um fenómeno mnésico que precisa de explicação, ou se calhar sou só eu que encontro sempre uma explicação melhor do que a que corresponde à realidade. Fui sempre feliz no passado embora não o sentisse no presente que corresponde a esse passado. Acho, também, que vou ser feliz no futuro embora quando ele chegar vá pensar que não o sou. O truque seria aproveitar o presente, já que no futuro vou achar que fui feliz nesse passado. Confuso? Para mim ainda é mais.
quinta-feira, abril 24, 2008
Frases que marcam
Chloé voltou a olhar para ele. Tinha olhos azuis. Sacudiu a cabeça atirando para trás a cabeleira ondulada e brilhante, e com um gesto firme e decidido encostou a têmpora à sua face.
À volta fez-se um silêncio abundante, e a maior parte do resto do mundo começou a não valer um caracol.
In A Espuma dos Dias, Boris Vian
À volta fez-se um silêncio abundante, e a maior parte do resto do mundo começou a não valer um caracol.
In A Espuma dos Dias, Boris Vian
terça-feira, abril 22, 2008
Há coisas sinistras, não há?
Com o distanciamento necessário de situações como a seguinte, já consigo descrever um dos dias mais sinistros que tive que passar. É que, às vezes, o desemprego tolda-nos o bom senso e a capacidade de discernimento. Vi um anúncio de uma vaga para uma nova agência de publicidade e marketing que precisava de licenciados. Só isto. Pensei que não custava tentar. Mas custou. Fui chamada para uma pré-entrevista, em que me explicaram que, ao ser seleccionada passaria por três fases dentro da empresa. Durante a primeira teria que ser comercial. Logo aqui devia ter virado costas, mas lá está, o discernimento estava meio apagado. Depois iria gerir recursos humanos. Bom, isto já tem mais a ver comigo. Na terceira fase, teria que gerir uma das agências do grupo. Menos mal.
Passei na pré-entrevista. No dia seguinte fui lá para passar o dia com uma formadora, para ver como eram as funções de comercial. No caminho para lá só me apetecia fugir. Mas lá me deixei ficar a pensar que não perdia nada. Mas perdi.
Ora, então, vamos agora para São João da Talha. Podemos ir no teu carro, que eu não trouxe o meu? Mau, mau. Lá fomos. Chegámos ao destino e, com o carro carregado de caixotes, começámos a descarregar para levar coisas connosco. Agora é vendermos a quem passa na rua. A esta altura já eu estava a agradecer a Deus não estar no centro de Lisboa, onde teria levado a cabo o meu plano de fuga. Não tens que vender nada, assiste só. Mesmo que tentasse vender, não iria conseguir porque mais rapidamente daria um sopapo aos transeuntes do que faria a conversa que passo a descrever. Olá. Está bem disposto? Estou a promover um produto que é só para pessoas bem dispostas. Pode pegar na caixa. É um calendário digital, com diversas funções: calculadora, despertador, relógio e calendário. Está interessado? Não? Mas há pessoas que aproveitam só pelas ofertas. Temos aqui um pack de seis livros da Warner. São livros didácticos com as rotinas dos bebés. Mas se não tem crianças, a outra oferta é para si. É uma caixa com seiscentas porcas, parafusos, buchas e anilhas. Então, qual das ofertas vai desejar? Quando ouvi isto pela primeira vez fiquei em estado de choque mas o pior ainda estava para vir, porque nessa altura ainda não tinha ido a uma agência funerária com a tresloucada, ainda não tinha ido aos cafés onde ela andava de mesa em mesa, ainda não tinha ido a uma peixaria nem a um banco, ainda não tinha ido à porta do cemitério onde a proibí de entrar, ainda o calor não estava a dar cabo de mim e ainda não me doíam os braços de andar carregada com as caixas.
No fim do dia, quase me imploraram para ficar a trabalhar lá porque eu tinha perfil para aquilo. Só podiam estar a gozar, é óbvio que não aceitei.
Passei na pré-entrevista. No dia seguinte fui lá para passar o dia com uma formadora, para ver como eram as funções de comercial. No caminho para lá só me apetecia fugir. Mas lá me deixei ficar a pensar que não perdia nada. Mas perdi.
Ora, então, vamos agora para São João da Talha. Podemos ir no teu carro, que eu não trouxe o meu? Mau, mau. Lá fomos. Chegámos ao destino e, com o carro carregado de caixotes, começámos a descarregar para levar coisas connosco. Agora é vendermos a quem passa na rua. A esta altura já eu estava a agradecer a Deus não estar no centro de Lisboa, onde teria levado a cabo o meu plano de fuga. Não tens que vender nada, assiste só. Mesmo que tentasse vender, não iria conseguir porque mais rapidamente daria um sopapo aos transeuntes do que faria a conversa que passo a descrever. Olá. Está bem disposto? Estou a promover um produto que é só para pessoas bem dispostas. Pode pegar na caixa. É um calendário digital, com diversas funções: calculadora, despertador, relógio e calendário. Está interessado? Não? Mas há pessoas que aproveitam só pelas ofertas. Temos aqui um pack de seis livros da Warner. São livros didácticos com as rotinas dos bebés. Mas se não tem crianças, a outra oferta é para si. É uma caixa com seiscentas porcas, parafusos, buchas e anilhas. Então, qual das ofertas vai desejar? Quando ouvi isto pela primeira vez fiquei em estado de choque mas o pior ainda estava para vir, porque nessa altura ainda não tinha ido a uma agência funerária com a tresloucada, ainda não tinha ido aos cafés onde ela andava de mesa em mesa, ainda não tinha ido a uma peixaria nem a um banco, ainda não tinha ido à porta do cemitério onde a proibí de entrar, ainda o calor não estava a dar cabo de mim e ainda não me doíam os braços de andar carregada com as caixas.
No fim do dia, quase me imploraram para ficar a trabalhar lá porque eu tinha perfil para aquilo. Só podiam estar a gozar, é óbvio que não aceitei.
quarta-feira, abril 02, 2008
quarta-feira, março 19, 2008
segunda-feira, março 10, 2008
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
quarta-feira, janeiro 30, 2008
sábado, janeiro 05, 2008
sexta-feira, dezembro 28, 2007
terça-feira, dezembro 25, 2007
Que seca. É sobre isto que escreves no dia de Natal?

Isso da esperança é uma coisa chata mas necessária, chata por ser tantalizadora, necessária para diminuir a probabilidade de desistência.
O suplício de Tântalo não se vive sem esperança, na proporção em que a esperança não se vive sem frustração.
No fundo, tenho esperança na salvação, nunca a divina mas a terrena.
terça-feira, dezembro 18, 2007
Aposto que dizes isso a todas
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