quinta-feira, fevereiro 24, 2011

sexta-feira, novembro 12, 2010



Até hoje só uma cidade me fez ter o desejo de merecê-la.

Gil Scott-Heron



Parece lógico que um homem que um dia se lembrou de juntar o cabelo com a barba num 2 em 1 tufado, estilo aura peluda, só possa ser um génio.

sábado, outubro 23, 2010

- You see, darling, I had one experience of waiting to be married.
- I don't want to hear about it.
- You know I don't love anyone but you. You shouldn´t mind because some one else loved me.
- I do.

- You shouldn't be jealous of some one who's dead when you have everything.
-No, but I don't want to hear about it
.

Ernest Hemingway, in A Farewell to Arms

Tal e qual.

segunda-feira, setembro 27, 2010

O Cabrão do Cão e o Demónio Preto




Que vieram ao mundo para me infernizar a vida.
Afinal foi falso alarme.

terça-feira, setembro 07, 2010

Pode ser que eu venha a escrever alguma coisa de interessante nos próximos tempos mas não tenho a certeza.

quinta-feira, outubro 01, 2009

quinta-feira, setembro 17, 2009

Conselho aos senhores da Campofrio

Não se personificam os animais que se pretende vender para comer. Ver os perús (que são pessoas) a arder num forno a lenha não me dá vontade de comprar fiambre.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Continuo a achar que esta é uma óptima definição de férias.

Não tenho mesmo nada em que pensar

O anúncio da Trinaranjus começa com uma infeliz a quem ninguém liga nenhuma. Depois aparece um feioso a dizer para ela não se preocupar porque ele comprou um Gym Power. É aqui que a coisa se torna mesmo estúpida. Para já acho mal que prejudiquem o Gym Power, coisa que eu não fazia ideia de que existia, porque pelos vistos quem compra aquilo são os parolos que merecem estar isolados da sociedade mas que não se importam com isso. O que é que o Gym Power fez de mal à Sumol? E em que é que se comparam? Porque é que me irrita tanto escrever Gym Power? E quantas vezes é possível escrever Gym Power sem partir o computador? Cinco.

quinta-feira, julho 02, 2009

Mais vale tarde que nunca

Deixei de ser uma encalhada profissional ou uma profissional encalhada. Bom, finalmente as diferentes áreas da minha vida estão bem e recomendam-se.
Vou festejar.

terça-feira, maio 12, 2009

Voltei. Isto parece o twitter.

quarta-feira, abril 29, 2009

segunda-feira, abril 20, 2009

O que eu queria dizer com o post anterior era que não percebo bem o que será um assaltante profissional. É alguém que só faz assaltos para viver versus alguém que só faz assaltos como biscate? É alguém que é esperto e por isso merece o nome, já que os amadores não percebem muito disso?
Há formação nessa área, há workshops, há sindicato, há elevado nível de desemprego na área? Então se calhar não faz sentido chamarem-lhe profissional. Sugiro assaltante com experiência.
Sinto que algo me escapa em relação à denominação de assaltante profissional.

quinta-feira, março 19, 2009

Descobertas de 2009

O cabrão do cão cada vez merece mais esse nome.
Os habitantes do Príncipe Real ou têm óptimo aspecto ou são desdentados com um ou outro dente podre.
Sei como se lava uma camisa à mão.
A Bimby é a minha nova bff.
Tenho jeito para crianças.
Sei como se escreve um post de merda.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Ladyhawke



Hoje é o dia em que descobri Ladyhawke. Parece-me que é um dia importante porque já ouvi três vezes seguidas o álbum. É uma boa banda sonora de dias felizes.

Isto não tem interesse nenhum, desculpem lá. Não sou daqueles que diz "se não querem ler, não venham cá". Eu quero que venham porque a maior parte das minhas visitas vem cá à procura de imagens, a maior parte brasileiros, e isso é um bocado deprimente.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Já não me lembro se foi ao Homer Simpson que disseram para ele aproveitar o último dia que tinha de vida, mas ele só conseguia chorar. Acho que depois se dá uma reviravolta qualquer nesse episódio mas isso agora é irrelevante. O que é que leva alguém a viver um dia como se fosse o último? Isso não tem piada nenhuma. Eu cá vivo as coisas como se ainda tivesse imenso tempo para fazê-las muitas mais vezes. E isso para mim é que faz sentido porque só a ideia do futuro me faz aproveitar o presente. Ninguém consegue aproveitar nada se souber que é a última vez que vai viver aquilo. Eu cá só conseguiria chorar, como o Homer, esse grande sábio da gestão emocional.

quarta-feira, novembro 26, 2008

A morte apanha-me sempre

Não escrevo nada de jeito mas, às vezes, há quem escreva por mim.

Ontem, perdi a carteira com todos os meus cartões e documentos. Quero pedir-vos desculpas antecipadas por ter de voltar a escrever sobre a morte. Não é por mal. Não é porque queira perturbar-vos. Às vezes, perguntam-me se não tenho outro tema e chego a pensar que não. Perguntam-me se não me canso. Eu canso-me. Antes do verão, uma senhora disse-me: um escritor vê beleza nos lugares mais difíceis. Eu sorri, cobri a sua frase com silêncio e pensei: não é verdade.

Nesta semana que passou, na terça-feira, sentei-me no sofá da casa da minha irmã e estive a ver filmagens antigas. Metade das conversas eram: estás a filmar?, não me filmes, ela está a filmar?, não está a filmar, pois não? Depois, havia minutos longos em que esqueciam a máquina ligada e filmavam o chão: as pedras da rua, os passos mais lentos ou mais rápidos, a respiração. Está a filmar? Isto está a filmar? Havia partes em que estávamos todos juntos, todos mais novos. Entre nós, a falar connosco, a rir connosco, estavam os nossos mortos. A minha sobrinha, que agora se deprime e usa soutiens, era um bebé ao colo de um dos nossos mortos. Eu era um adolescente despenteado e desagradável, com um pullover de lã. A minha mãe raramente se sentava. Como nós, os nossos mortos perguntavam: ela não está a filmar, pois não? E ouvia-se a voz da minha irmã, atrás da máquina, a dizer: olhe para aqui, diga lá qualquer coisa.

Cada vez que participo num programa de televisão em directo, tenho vontade de me levantar e de, a completo despropósito, dar uma estalada no apresentador. Não tenho nenhuma espécie de aversão para com qualquer apresentador. Pelo contrário. Normalmente, são pessoas que sabem fazer muito mais expressões faciais do que aquelas que mostram. A corrente que me puxa é a curiosidade acerca daquilo que aconteceria depois. Fazem-me perguntas: quando começou a escrever?, porque escreve?, quais são os autores que mais o influenciaram? Eu respondo devagar, e, por detrás de cada palavra, sinto vontade de levantar-me, ter a completa percepção de todos os meus movimentos e dar-lhes uma estalada.

Houve um dia desta semana em que perguntei aos nossos mortos se podia ser insensato. Eles disseram logo que sim.

No domingo, quando já começava a anoitecer, passei por uma criança que estava à espera, sozinha, dentro de um carro. Era um rapaz de seis ou sete anos. Estava sentado, muito direito, no banco de trás, e brincava com os dedos. Temo não ser capaz de explicar a opressão que senti no peito. Num instante, fui levado para um passado de há trinta anos atrás. Lembrei-me de ser aquele exacto menino e de não saber se os meus pais voltavam. Posso ir também? Não, espera aí. Por favor, posso ir também? Não, espera aí. O tempo passa de maneira diferente para as crianças. Cinco minutos é muito tempo, dez minutos é muito tempo, meia hora nunca mais acaba. Eu olhei para esse rapaz de seis ou sete anos, mas creio que ele não me viu. Melhor assim. Eu não iria querer um estranho a olhar para mim enquanto me doía o medo de ficar sozinho para sempre.

Perguntei aos nossos mortos se podia chorar. Eles disseram que sim, podia chorar o quanto quisesse.

Chorei dentro do carro com seis ou sete anos e chorei fora do carro, trinta e quatro anos, atràs de uma árvore, ridiculamente, a fingir que atava um sapato.

Quero pedir-vos desculpa por ter chorado.

Nestes últimos dias, nesta semana, no supermercado e noutros lugares bem iluminados, tem-me acontecido estar a conversar com a minha mãe ou com a minha sobrinha e, de repente, reparo que estou a falar para uma pessoa qualquer que não conheço e que olha para mim muito admirada. A minha mãe ou a minha sobrinha ficaram lá atrás a ver qualquer coisa e eu fico muito envergonhado por estar a demonstrar tanta familiaridade para uma desconhecida que só de modo remoto poderia ser confundida com a minha mãe ou com a minha sobrinha. Uma vez, só reparei nesse engano quando já ia começar a zangar-me por não me responder. Noutra vez, só reparei quando já estava a abanar-lhe o braço para que visse algum objecto que me parecia importante e que, agora, já não me consigo lembrar do que era.

Durante esta semana, várias vezes, também perguntei aos nossos mortos se podia fechar os olhos. Eles disseram que sim, claro que sim. E pediram para não lhes fazer mais perguntas, disseram que a resposta será sempre sim.


Por José Luís Peixoto.
Encontrei-o aqui.