quinta-feira, maio 29, 2008

A lembrar la Palice

Há sempre um segundo que antecede os momentos importantes. E dura sempre menos que isso, especialmente quando revisto no futuro porque os grandes acontecimentos deixam sempre uma marca maior do que ele. Só que isso só lhe dá importância.

sábado, maio 10, 2008

Me and Mrs Jones. Atenção, mas eu gosto desta música.

O Billy Paul decidiu levar o adultério a outro nível, o que não quer dizer que seja a um nível superior. Não descreve sexo à bruta nem puxões de cabelos como todos os casos (de adultério ou não) deviam ter. Não, aqui há duas pessoas que se encontram todos os dias, à mesma hora, no mesmo café. Aí, em vez de irem à casa de banho fazer o que os adúlteros indecentes fazem, não. Dão as mãos e fazem planos para o futuro enquanto a juke box toca as músicas deles. É um bocado infantil. E depois vem a culpa, eles sabem que não deviam fazer aquilo, que nem devem sonhar muito alto porque depois a queda é maior. Parece-me que em vez de planearem apunhalar o marido dela e fugir para as Caraíbas, onde viveriam como foragidos, a saltar de biscate em biscate, devem sonhar com coisas muito mais nobres, como um dia poderem ir passear às montanhas. Parece-me, e vou ter que repetir, um bocado infantil, porque isso de se planearem coisas idílicas nem devia ser traição e o facto de se sentirem culpados é, simplesmente, imbecil. Eu não digo que não ache bonito, mas o significado do amor perde-se quando não há sexo e parece-me que estes dois não o têm, ou se sim, é uma coisa assim um bocado esfriada, que nem tem direito a ser mencionada. Se fossem irmãos podiam fazer exactamente a mesma coisa.

segunda-feira, maio 05, 2008

Esta sou eu. Juro.

Dizem que sou antipática, arrogante, insensível. Hoje até me disseram que por eu parecer inatingível e forte dou a ideia de que só se chega a mim magoando-me. Admito que posso parecer distante quando não tenho interesse em alguém, mas ninguém é tão devoto como eu sou em relação às pessoas de quem gosto, nem tão fiel, nem tão disponível. O meu problema é ser tão criteriosa relativamente a essas pessoas. E é só disso que me podem acusar.

sábado, maio 03, 2008

Eu e ele, num altar perto de si, parte II

Entre o passado e o futuro

Decerto está ligado a uma incapacidade minha, a incapacidade de viver o presente. Na verdade estou sempre ligada ao passado e aquilo que já passou parece sempre melhor do que foi na realidade. Se calhar é um fenómeno mnésico que precisa de explicação, ou se calhar sou só eu que encontro sempre uma explicação melhor do que a que corresponde à realidade. Fui sempre feliz no passado embora não o sentisse no presente que corresponde a esse passado. Acho, também, que vou ser feliz no futuro embora quando ele chegar vá pensar que não o sou. O truque seria aproveitar o presente, já que no futuro vou achar que fui feliz nesse passado. Confuso? Para mim ainda é mais.