quinta-feira, setembro 30, 2004

O meu diário

Dia-bom-dia-mais-ou-menos-dia-mau-dia-assim-assim-dia-mau-dia-de-merda-dia-que-escapou-dia-bom-dia-mau. And so on.

terça-feira, setembro 28, 2004

Delírio II

Já alguém o saberia, é possível. Pelas paredes cinzentas que outrora amarelas foram, pingava vapor de água. Não se respirava. Espera, que entrou alguém. Espera, já disse. Espera! Passo a passo, já sem medo e já sem calma, voam cadeiras e vão caindo, um a um, como ele já planeara. Agora já não se respirava mesmo. Só a sua respiração, como se se pudesse arrancar dali a vida que os outros já não tinham, mas ainda assim não era possível fazê-lo, porque continuava a ser só a sua respiração e não a dos outros. Trágico e mórbido, sem que daquilo se pudesse fazer nada. Sem mais nada, braços pendentes e a desgraçada da lágrima pela bochecha abaixo, com o queixo sempre a tremer. Nada a fazer. Sem palavras e sem consolo, já as lágrimas corriam pelo peito. Muitas. Já num sufoco, sem esperança e sem apelo. Mais uma vez fugiu e mais uma vez não foi apanhada. Só o foi pela surpresa.

Delírio I

Ao subir da saia, muito acima dos joelhos, corre, corre, que alguém te apanha. Foge, foge, que eles vêm atrás. E se te atrasas, sem vontade de fugir e sem ganas de chegar, perde, perde. Se não te apanham, escapas. E ainda bem, que de maldade anda este mundo cheio. Gatunagem. Corre, corre e apanha-os.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Porcarias

O que é que um porco francês diz quando quer conhecer uma porca?
Je suis Nu. Et vous?

quinta-feira, setembro 23, 2004

Desgraças

- Nunca mais viste o Zé?
- Nem sabes... Morreu.
- De quê?
- Não sei, só me lembro que ele tinha um sopro no coração.
- Ah, então foi um ar que se lhe deu!

sexta-feira, setembro 10, 2004

Aviso

Cara Rebecca Gomperts, o Cabrão do Cão lança aqui um aviso, porque já ninguém tem cu para te ouvir:
ABORTA A MISSÃO!

terça-feira, setembro 07, 2004

Previsão

Não sei porquê, mas parece-me que qualquer dia temos tchetchenos a bombar no Kremlin.

Bizarre Love Triangle

Every time i think of you
I feel shot right through with a bolt of blue
It's no problem of mine but it's a problem I find
Living a life that I can't leave behind
There's no sense in telling me
The wisdom of a fool won't set you free
But that's the way that it goes
And it's what nobody knows
While every day my confusion grows
Every time I see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that I can't say
I feel fine and I feel good
I'm feeling like I never should
Whenever I get this way, I just don't know what to say
Why can't we be ourselves like we were yesterday
I'm not sure what this could mean
I don't think you're what you seem
I do admit to myself
That if I hurt someone else
Then I'll never see just what we're meant to be
Every time I see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that I can't say

New Order

segunda-feira, setembro 06, 2004

Ideias férteis

Também eu conseguia formar uma associação pró-aborto.
Basta dar-lhe um nome do tipo "Sem culpa", "Fode à vontade", "Bebés há muitos", "Barriga killer", ou "Estou-farta-deste. Quem-quer-células-estaminais?".
Se tivesse um barco para abortos chamava-lhe "Gone with the sea".